Cordisburgo e as demais cidades da região encontram-se em situação crítica para buscar internação para os pacientes com Covid-19.
Atualmente o Centro Municipal de Saúde Jenny Negrão de Lima está com dois pacientes com quadros graves da doença (mãe e filho), necessitando de transferência urgente para internação em Unidade de Tratamento Intensivo - UTI, entretanto não se encontram vagas disponíveis.
Ao Cordis Notícias, o Secretário Municipal de Saúde Gilmar Ângelo de Carvalho disse que "desde o recebimento dos pacientes tem tentado encaminhá-los para Sete Lagoas, que é a cidade referência da região para internações do tipo no Sistema Único de Saúde - SUS, e teoricamente teria a obrigação de recebê-los, entretanto devido a falta de leitos não foi possível realizar a transferência".
Segundo ele "desde então estão sendo tentadas vagas nas redes pública (SUS) e privada (particular) em cidades como Belo Horizonte, Diamantina, Divinópolis entre outras, mas em nenhum destes locais foram disponibilizadas vagas". Ele disse ainda que "os pacientes necessitam de leitos de tratamento intensivo - UTI e que não somente na região, mas em todo o estado, estes leitos estão ocupados".
O secretário ainda completou dizendo que continua trabalhando a fim de conseguir vagas em qualquer parte do estado e que neste momento os profissionais de saúde de Cordisburgo não tem medido esforços para estabilizar o quadro dos pacientes dentro dos recurso disponíveis no Centro de Saúde.
Há alguns dias, representantes dos municípios da região realizaram reunião virtual a fim de expandir a quantidade de leitos na região. Na oportunidade foi acordado que as cidades irão dividir e pagar os custos para a criação destes novos leitos de UTI em Sete Lagoas, entretanto estes ainda não foram criados.
Minas Gerais está em situação de calamidade no que tange à disponibilidade de leitos.
Nesta quinta-feira o Secretário de Estado de Saúde Fábio Baccheretti disse que a falta de insumos é um dos pontos que mais preocupa o comitê que cuida do enfrentamento à Covid-19 no Estado. "Hoje, sim, é o maior problema na manutenção de leitos. Há alguns leitos que já foram fechados por falta de medicamentos".
Ele informou que Minas Gerais deve receber, ainda neste fim de semana, uma "grande remessa" de medicamentos que compõe o "kit intubação" comprados pelo Ministério da Saúde e vindos de Xangai, na China, o que pode expandir a oferta de leitos na próxima semana.
Diante do colapso do sistema de saúde em diversos municípios, de filas com centenas de pacientes à espera de internação e da angústia de ter um familiar doente sem o atendimento adequado, muitas pessoas têm recorrido à Justiça como última alternativa.
Segundo o G1, atualmente, cerca de 2.970 ações que reivindicam leitos ou medicamentos estão em andamento no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a maior parte em Belo Horizonte e na Região Metropolitana.
De acordo com superintendente de saúde do TJMG, desembargador Bruno Terra Dias, há casos, por exemplo, de pacientes com Covid-19 internados em leitos clínicos que precisam de transferência para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de pessoas assistidas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sem recursos suficientes.
Na quarta-feira a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou uma ação civil pública para que o governo federal, além do governo de Minas, garantam insumos necessários para o combate à COVID-19 no estado. O órgão pede para que haja o fornecimento de oxigênio hospitalar, do kit intubação e a instalação/habilitação de novos leitos de terapia intensiva em todo o território mineiro.
Infelizmente neste momento quem mais sofre são os pacientes que não dispõe de atendimento adequado, os familiares na angústia da falta de leitos, além do medo de perder os entes queridos e os profissionais de saúde que não possuem opções para poder expandir este atendimento.
Por Cordis Notícias
Com informações de O Tempo e Estado de Minas
Foto de Agência Brasil
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