Glamour, visibilidade, respeito, fama, dinheiro e realizações pessoal e
profissional. Todas essas características são inerentes ao primeiro
escalão do automobilismo mundial. Os pilotos brasileiros que desejam
seguir por esse caminho têm que buscar oportunidades fora do país para
alcançar o topo do esporte. Os que ficam por aqui, sofrem com a falta de
oportunidades para desenvolver seu talento e podem acabar interrompendo
o sonho de ser piloto de corrida.
Foi justamente pensando nessa lacuna na preparação dos pilotos
brasileiros que o engenheiro Roberto Zullino recriou a Fórmula Vee, em
2011. É uma categoria de baixo custo, mas com alta tecnologia e boa
preparação, que permitirá aos interessados se capacitarem da melhor
forma possível para buscar espaço no cenário mundial do automobilismo. E
agora, pela primeira vez na história, a modalidade irá aportar em Minas
Gerais. De hoje até domingo, a cidade de Curvelo, na região Central de
Minas, receberá duas baterias, no Circuito dos Cristais.
Para alavancar ainda mais o projeto, nada melhor do que contar com quem
entende do assunto. O ex-piloto Wilson Fittipaldi, irmão de Emerson
Fittipaldi e pai de Christian Fittipaldi, é consultor e instrutor da
categoria. Ele foi o responsável por introduzir a Fórmula Vee no Brasil,
em 1964. “É uma fórmula que já tinha sido construída por nós. Houve
ótimos campeonatos até o fim dos anos 80. A categoria se chamava Super
Vee. E agora, em Minas, nós iremos inaugurar a Fórmula Vee”, relata
Wilson Fittipaldi.
Ele acredita que o tempo de inatividade da categoria atrapalhou no
surgimento e na preparação de pilotos brasileiros. “Atrapalhou muito. E
eu acho que o Brasil passou aqueles anos de euforia com o Emerson
Fittipaldi, bicampeão, e o Nelson Piquet e o Ayrton Senna, tricampeões. E
não se levou em conta que, naquele instante, tinha que se começar a
olhar novos pilotos para chegarem à Fórmula 1”, analisa.
O retorno da categoria pode fazer com que o Brasil volte a figurar com
grandes nomes na Fórmula 1 e nas principais categorias de automobilismo
do mundo, segundo Wilson. “Acho que o trabalho da Fórmula Vee é um
trabalho muito bom pra que a gente comece, dentro de dois anos, a fazer
uma seleção de possíveis pilotos com capacidade de chegar à Fórmula 1.
Esse é nosso objetivo com a Fórmula Vee. E eu espero que, não nós, mas
que o Brasil tenha sorte de que apareçam pilotos capazes de ter ótimos
resultados na Fórmula 1 e na Fórmula Indy”, cogita.
Evento. Além da competição e da oportunidade de ver de
perto os talentos brasileiros que estão surgindo, o público poderá
participar de várias atividades, como o curso de pilotagem e ter a oportunidade de vivenciar a vida de um piloto no Drive Day, conduzindo o carro da Fórmula Vee pelo autódromo.
Mineiro. O piloto mineiro Kenner Garcia, de Uberlândia, será uma das grandes atrações nas competições da Fórmula Vee, em Curvelo. Em janeiro deste ano, ele ficou em segundo na 1ª Intercontinental Cup, em Interlagos. O vencedor da prova, Murillo Latorre, também correrá em Curvelo.
Por O Tempo
COMENTÁRIOS