Foto: Vôo Fora de Asa / Arte: Lucas Gustavo |
Em meados de 1883, o padre João de Santo Antônio chegou na região conhecida como Sesmaria Empoeiras (algumas fontes citam o nome Arraial do Saco dos Cochos) e, por se tratar de um lugar com paisagens exuberantes e clima agradável, o padre logo a denominou de “Vista Alegre”, decidindo, assim, se estabelecer no local.
Para fundar o povoado, necessitava obter a posse de uma área que se encontrava em litígio. Para tanto, contou com a influência de Dona Policena Mascarenhas, uma senhora de posses, que, vendo a Sesmaria Empoeiras ir à praça pública, mandou seu filho Bernardo Mascarenhas arrematá-la em nome do “Irmão João”, cedendo 40 alqueires como patrimônio da igreja. A sesmaria pertencia à região do extinto Vínculo da Jaguara.
É certo que, nessa região, o padre João deu início à fundação do povoado de Vista Alegre, em 21 de agosto de 1883, edificando a capela ao patriarca São José. O levantamento dos esteios se deu em 14 de fevereiro de 1884, tendo sido concluída a capela em 23 de junho de 1884.
Em 14 de setembro do mesmo ano, a imagem do patriarca São José foi conduzida do Taboleiro Grande (hoje Paraopeba) para a capela pelo padre Pedro Corrêa Ferreira Rabelo e moradores dos arredores. Na mesma época, o padre João mandou vir da França uma imagem do Coração de Jesus. Quando chegou, uma procissão foi buscá-la em Gongo-Sôco e assim nasceu a idéia de construir-se um templo para acolhê-la. Portanto, em 8 de março de 1886, foi levantada a primeira linha do templo no Arraial de Vista Alegre, que começava a ser povoado, em torno da igreja, em terrenos que o padre distribuía gratuitamente para que as pessoas construíssem suas casas.
A igreja foi construída com a ajuda de donativos e foi concluída no dia 20 de maio de 1894. Nesse dia, houve uma bênção na igreja e o padre João trouxe em procissão a imagem do padroeiro que tinha vindo de Paris e aguardava, na Capelinha de São José, a construção de seu templo.
Em 9 de junho de 1890, um decreto do então governador de Minas, João Pinheiro da Silva, elevou o povoado de Coração de Jesus da Vista Alegre a distrito de Cordisburgo da Vista Alegre, município de Sete Lagoas. O padre João registrou o nome Cordisburgo em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, pois a etimologia vem do hibridismo cordis, do latim, que significa coração; e burgo, do alemão, que significa vila ou cidade.
O distrito foi incorporado ao município de Paraopeba, em 30 de agosto de 1911, sendo emancipado em 17 de dezembro de 1938, compreendendo os distritos sede Lagoa (Lagoa Bonita) e Traíras (Santana de Pirapama). Nessa época, já se chamava apenas Cordisburgo e, em 1948, perdeu o distrito de Santana de Pirapama e ficou subordinado à Comarca de Sete Lagoas.
Anos mais tarde, o padre doou o que tinha à Matriz do Sagrado Coração de Jesus e, em 18 de outubro de 1895, à diocese de Diamantina uma área de 40 alqueires de terra, que compreendia Cordisburgo e seus arredores. Depois voltou à Macaúbas, onde faleceu em 15 de setembro de 1913. Devido à precária condição física, a matriz foi demolida, sendo finalizada sua reconstrução em 24 de junho de 1960.
Hoje, 17 de Dezembro de 2014, Cordisburgo completa 76 anos de emancipação em seus 131 anos de vida, com enorme participação na cultura mineira e brasileira, mantendo culturas e formando personalidades conhecidas nacionalmente!
Fonte: Site Oficial de Cordisburgo, adaptado
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