Cineasta cordisburguense leva o interior mineiro ao cinema com sua estreia em longas-metragens

O cineasta Marco Antônio Pereira, natural de Cordisburgo, segue fortalecendo suas raízes e a ligação com o interior mineiro em sua carreira. Com uma trajetória marcada por curtas premiados, todos gravados em sua terra natal e arredores, Pereira agora expande sua visão com o longa-metragem “Paisagem de Inverno”, atualmente em produção no Vale do Jequitinhonha.

Conhecido por misturar o cotidiano do interior com elementos fantásticos, o cineasta ganhou reconhecimento internacional em festivais de prestígio, como Berlim, Montreal e Viña del Mar. Em sua estreia em longas, ele mantém a conexão com temas que exploram a realidade mineira, abordando questões como migração, exploração de lítio e saúde pública para comunidades quilombolas.

Da infância simples ao cinema internacional

Marco Antônio Pereira cresceu em Cordisburgo, cidade que se tornou a principal fonte de inspiração para suas histórias. Ele precisou sair do município para estudar em Belo Horizonte, onde descobriu o cinema. Apesar de ter entrado numa sala de cinema pela primeira vez aos 19 anos, sua paixão pelo audiovisual transformou sua vida e sua obra.

Seus curtas-metragens – “A Retirada para um Coração Bruto”, “Alma Bandida”, “Teoria Sobre um Planeta Estranho”, “4 Bilhões de Infinitos” e “A Última Vez que Ouvi Deus Chorar” – foram filmados em Cordisburgo e exploram personagens e paisagens do interior com um olhar profundo e sensível.

“Paisagem de Inverno”: um novo marco

O novo projeto de Marco Antonio Pereira aborda a migração de jovens do interior e os desafios das comunidades do Vale do Jequitinhonha. A história é inspirada em vivências reais do diretor, que atuou em projetos sociais na região, ouvindo relatos marcantes que agora ganham vida no cinema.

A produção, financiada pela Lei Paulo Gustavo, mantém o compromisso de valorizar tanto os temas sociais quanto o modo de produção. Segundo Pereira, a equipe opta por um processo colaborativo e respeitoso, refletindo sua filosofia de trabalho.

Fantasia e crítica social

Mesmo tratando de temas sérios como a exploração do lítio e o impacto ambiental no Jequitinhonha, “Paisagem de Inverno” não deixa de lado a fantasia que caracteriza a obra do cineasta. “Vai ter mistério, suspense, cenas de ação e até um incêndio! Só não tem disco voador desta vez”, brinca Marco Antônio, prometendo uma experiência visual e emocional única para o público.

Com “Paisagem de Inverno”, Marco Antônio Pereira não apenas reafirma suas raízes cordisburguenses, mas também coloca a realidade e a beleza do interior mineiro no centro das atenções, consolidando seu papel como um dos grandes narradores das histórias de Minas Gerais.

Com informações de O Tempo
Foto: Abdução Filmes / Divulgação