O Ministério da Saúde deu início, neste sábado (21), à campanha de multivacinação de crianças e adolescentes em Minas Gerais. A mobilização busca atualizar o calendário deste público para retomar as altas coberturas vacinais no país. O Dia D está previsto para o próximo sábado (28). No estado mineiro, a pasta completa o ciclo da campanha em 2023, em todas as Unidades da Federação, etapa do Movimento Nacional pela vacinação, lançado em fevereiro pelo governo federal.
Durante o período da multivacinação, todos os imunizantes previstos no calendário para crianças e adolescentes até os 15 anos de idade estarão disponíveis nos locais e horários informados por cada município. Em 2022, a cobertura vacinal contra a poliomielite em Minas Gerais ficou em 82,9%. A meta é atingir 95% de cobertura para este público. Já a cobertura da vacina pentavalente, que garante proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B, ficou em 82,8%. Para febre amarela, o índice não ultrapassou 75%.
Para apoiar as ações de imunização, o Ministério da Saúde destinou mais de R$ 12 milhões para Minas Gerais, sendo R$ 1,1 milhão ao estado e R$ 11,2 milhões para os municípios mineiros. Esse recurso faz parte das medidas de microplanejamento, iniciativa voltada ao diagnóstico local para ampliar a vacinação. A ação é inédita e considerada um diferencial para a retomada das altas coberturas vacinais, assim como o planejamento na ponta e a concentração de esforços nos locais onde as taxas de imunização estão mais baixas. A nível nacional, a pasta destinou mais de R$ 151 milhões a estados e municípios.
Método recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o microplanejamento consiste em diversas atividades com foco na realidade local, desde a definição da população-alvo, escolha das vacinas, definição de datas e locais de vacinação, até a logística. A proposta é alinhar essas estratégias com gestores e lideranças locais para alcançar melhores resultados e aumentar as coberturas vacinais.
“O nosso país era o mais respeitado do mundo quando se falava em vacinação, mas com a queda das coberturas vacinais nos últimos anos, nós temos, infelizmente, o risco de reintrodução de doenças que estavam eliminadas no Brasil. Por isso, precisamos proteger as nossas crianças e os nossos adolescentes. Temos uma responsabilidade fundamental, algo definido no estatuto da criança e do adolescente como um direito. O direito à vacina é o direito à proteção, é o direito à vida que não pode ser negado”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A fase nacional de multivacinação começou por Belém (PA), no dia 10 de agosto. No entanto, antes dessa etapa, o Ministério da Saúde antecipou a campanha no Amazonas, no Acre e no Amapá. A escolha desses estados buscou conter doenças como a poliomielite, que foi notificada em março deste ano no Peru, em região de fronteira. Desde 2016, o Brasil consta na lista da OMS como local de risco muito alto para a reintrodução da doença.
Bahia e Sergipe seguem com a multivacinação até este sábado (21). Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná encerram a estratégia no próximo dia 28. Pernambuco e São Paulo, no dia 29.
Movimento Nacional pela Vacinação
O Movimento Nacional pela vacinação, lançado em fevereiro deste ano pelo Ministério da Saúde, tem o objetivo de retomar a confiança da população brasileira nas vacinas e da cultura de vacinação do país. A iniciativa é considerada um grande movimento, com participação de diversas lideranças da sociedade. A ação inclui vacinação contra a Covid-19 e outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação em várias etapas ao longo de 2023, incluindo a multivacinação de crianças e adolescentes.
Por Ministério da Saúde
COMENTÁRIOS