Neste domingo (15), é comemorado o dia daqueles que dedicam suas vidas ao ensino e à formação de novas gerações, uma pesquisa recente, realizada pelo Datafolha a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), revelou que oito em cada dez professores não escolheriam outra profissão se pudessem voltar ao passado. Apesar dos desafios enfrentados diariamente, esses "heróis do conhecimento" permanecem comprometidos com sua missão de educar.
Os desafios enfrentados no ambiente escolar incluem salas de aula lotadas, falta de reconhecimento, carga de trabalho excessiva, baixa remuneração e, mais recentemente, um aumento da violência nas escolas. No entanto, essas dificuldades não abalam a determinação dos professores em cumprir seu papel fundamental na sociedade.
Para esses educadores, o esforço e a dedicação diários têm um propósito claro: transmitir o conhecimento e ver os alunos aprendendo. Segundo a pesquisa, 91% dos professores afirmam que a maior satisfação em sua profissão está relacionada à progressão dos estudantes em seu aprendizado.
Os principais desafios apontados na pesquisa incluem o desinteresse dos alunos pelas aulas (31%) e a defasagem na aprendizagem dos estudantes (28%). Os professores também destacaram medidas prioritárias que o poder público deve adotar, como oferecer apoio psicológico (18%), aumento de salário (17%), programas de reforço (16%) e envolvimento das famílias na vida escolar (14%).
A pesquisa, que envolveu mais de 6.700 professores das redes municipal e estadual do país, reflete desafios enfrentados não apenas em âmbito nacional, mas também nas escolas de Minas Gerais.
A equipe do portal de notícias SeteLagoas.com conversou com um docente para entender o que o motiva a seguir nessa profissão tão relevante, mas muitas vezes subvalorizada.
O professor Rafael Botelho, de 31 anos, com mais de 10 anos de experiência, compartilhou sua perspectiva sobre o cenário atual. Atualmente, ele dá aula em somente uma escola aqui em Sete Lagoas. Ele descreveu os desafios após a pandemia, destacando o desafio de lidar com alunos desmotivados, defasagens no aprendizado e a crescente distração causada pelo uso excessivo de celulares. Além disso, ele mencionou a falta de valorização, tanto financeira quanto institucional, como um desafio constante.
Rafael disse que escolheu ser professor desde criança e compartilhou sua motivação para seguir na profissão: "Eu sempre quis fazer a diferença no mundo, imaginei que talvez eu conseguisse fazer a diferença dentro da sala e ajudar os alunos. Eu sempre quis ser professor, desde muito novo."
"A parte que mais gosto em ser professor é que tenho a oportunidade constantemente de dar boas direções e ideias para as pessoas que estão começando a viver, e consigo acolher muitos alunos que muitas vezes precisam apenas de um pouco de atenção para poderem seguir em frente. Gosto de estar com eles e poder fazer a diferença, nem que seja um pouquinho."
Como surgiu a comemoração:
O Dia do Professor surgiu em 1827, quando o imperador Dom Pedro I criou o ensino elementar no Brasil, estabelecendo escolas de primeiras letras, descentralizando o ensino e regulamentando salários e currículos. A primeira comemoração dedicada aos professores aconteceu em 1947, proposta pelo professor Salomão Becker, com o intuito de discutir problemas da profissão e compartilhar experiências. Essa celebração se tornou um feriado escolar oficial em nível nacional em 1963, através do Decreto Federal nº 52.682.
Próximas medidas para valorizar os profissionais:
Em resposta aos desafios enfrentados pelos professores em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) assegura que tem tomado medidas para valorizar os profissionais da educação. Isso inclui a retomada das nomeações e a concessão de benefícios que estavam atrasados e agora foram regularizados. Além disso, a SEE/MG publicou um grande número de atos de concessões de progressão e promoção na carreira dos servidores da educação, visando reconhecer e valorizar esses profissionais. Recentemente, 2.809 concessões para evolução na carreira foram anunciadas, resultando em aumentos na remuneração de 2,5% e 10% para esses servidores.
Leia a nota na íntegra:
"A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que, desde o início da atual gestão, tem realizado diversas ações voltadas para a valorização profissional dos docentes, como a retomada das nomeações e concessão de benefícios, que estavam atrasados e que agora encontram-se em dia. Já foram publicados, aproximadamente, 262 mil atos de concessões de progressão e promoção da carreira dos servidores da educação, como forma de reconhecer e valorizar os profissionais que atuam na educação pública estadual.
Nessa quinta-feira (12/10), por exemplo, foi publicada a lista de mais 2.809 concessões para evolução na carreira, sendo 1.853 de progressão e 956 de promoção. Assim, houve aumentos de 2,5% e 10%, respectivamente, na remuneração destes servidores.
Outra conquista importante, que também se estendeu a todos os servidores da administração estadual, foi o reajuste de 12,84%, concedido pela Lei Estadual nº 24.383/2023, com efeitos retroativos a janeiro/2023.
A SEE já publicou, somente neste ano, 57.377 concessões do Adicional de Valorização da Educação Básica (Adveb), benefício que está sendo pago aos servidores que têm direito. O Governo de Minas tem investido cerca de R$ 318 milhões nessa ação.
No final do mês de setembro foi publicado, no Diário Oficial de Minas Gerais, mais um lote com 1 mil nomeações de excedentes do concurso público realizado em 2017. Todas as nomeações desse 5º lote foram para vagas de Professores da Educação Básica (PEBs). Ademais, já foram nomeados mais de 19 mil candidatos, entre 2019 e 2023, aprovados nos concursos públicos regidos pelos Editais SEPLAG/SEE Nº 01/2011, 02/2014, 03/2014, 04/2014, 05/2014 e SEE Nº 07/2017.
Ressaltamos ainda que o novo concurso público da Educação está em andamento, com a oferta de 19.878 vagas para ingresso na rede de ensino estadual. As inscrições foram encerradas no dia 29 de agosto e as provas serão aplicadas em Belo Horizonte e nas cidades-sede das Superintendências Regionais de Ensino (SREs) nos dias 22/10 e 29/10.
Por fim, cumpre reforçar que os professores da rede estadual de ensino vêm cumprindo a carga horária estabelecida de acordo com a legislação vigente e que não há aumento da jornada de trabalho."
Por Djhessica Monteiro - SeteLagoas.com.br
Com informações de O Tempo
Imagem: Reprodução/Internet
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