Os desafios que se avizinham para 2023 são muitos. Novo governo, novas ações e porque não dizer, um novo mundo, com as tecnologias avançando cada vez mais. Nesse sentido, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG), que há 43 anos acompanha as tendências do mundo moderno, tem ciência que a desigualdade social ainda permeia por todo este país. Por isso, valorizamos nosso trabalho de ação social, que atende, além de jovens com oportunidades de estágio e de aprendizagem, além de prestar atendimento a adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social.
Nossa missão precípua é o encaminhamento de jovens para o mercado de trabalho. Para isso, temos o Programa Estágios, direcionado para estudantes a partir dos 16 anos, além do o programa Aprendiz Legal, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que atende jovens entre 14 e 24 anos. Essas são as contribuições que o CIEE/MG oferece, sem custos, para a sociedade mineira.
Nesse espaço gostaria de colocar um tema para debate. Considero que o programa do governo federal Auxílio Brasil, ou Bolsa Família, é uma excelente ação social na sua essência, mas peca por não estabelecer critérios de retorno. Em minha opinião, se faz necessário estabelecer normas para o beneficiário permanecer no programa, caso contrário, corre-se o risco de uma determinada família continuar recebendo o benefício à vida toda.
É bom ressaltar que assistência social não é caridade. Isso porque quem precisa de caridade são aqueles que já se encontram no fundo do poço, sem possibilidade nenhuma de lutar pela sua sobrevivência. Esses, sim, necessitam do auxílio. Por isso, a assistência social só deve contemplar para aqueles que estão momentaneamente em dificuldade.
Para equilibrar a curva de desigualdade social neste país, considero serem primordiais investimentos maciços na área de educação, com ênfase no acesso às escolas públicas para todos e, além de tudo, bem aparelhadas, com infraestrutura adequada. A valorização dos professores é essencial, precisamos de profissionais qualificados e bem remunerados. Investir em uma boa escola pública, que dê condições de o jovem desenvolver seu potencial e, assim, poder concorrer em igualdade de condição com alunos egressos de estabelecimentos de ensino privado é de fundamental importância.
Políticas governamentais com foco em investimentos em educação, saúde e infraestrutura se fazem necessários para retomar o desenvolvimento econômico do Brasil e, assim, criar um ambiente de empregabilidade. Caso o país não retome um cenário econômico de pleno emprego, como o governo terá condições de bancar esse importante programa social? De onde saíram os recursos para bancar esse auxílio? Em um cenário de empregos escassos e com rendimentos médios baixos, o que acontece é que, de um lado, poucos poderão contribuir para bancar essa ação social e, do outro, haverá muitos necessitados desse benefício.
Para corroborar minhas explanações, sempre gosto de recorrer a um provérbio, atribuído aos chineses, de cerca de 500 AC: "Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e ele se alimentará pelo resto da vida".
Finalizando, o CIEE/MG é uma instituição que desde sua fundação, em 8 de dezembro de 1979, tem suas ações voltadas para a educação e assistência social. Nesse sentido, a instituição tem cumprido a missão para qual foi criada: ensinamos e oferecemos ferramentas necessárias para que os jovens possam pescar. São milhares de estudantes e adolescentes que já foram beneficiados com nossa ação social e, muitas vezes, com o primeiro emprego. Ex-estagiários e aprendizes que passaram por programas do CIEE/MG podem atestar a importância desta instituição.
O sucesso de nosso trabalho é compartilhado com os representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que ao longo dos últimos 43 anos, vêm nos apoiando. Nossa gratidão também às escolas e empresas, nossas parceiras que apoiam as nossas atividades. Por isso estamos mais que preparados para enfrentar os novos desafios de 2023. Nesse trabalho também contamos com o apoio de todos os membros fundadores, titulares, beneméritos, nossos colaboradores e, porque não acrescentar, de toda a sociedade mineira que abraçou nossa causa em prol da qualificação profissional de nossos jovens.
Por Sebastião Alvino Colomarte - Diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) e especialistas em educação técnica
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