Um forte odor tem atingido Cordisburgo nos últimos meses, e o fato tem incomodado bastante os morados, principalmente do centro da cidade, nas proximidades da Avenida Padre João.
O odor é proveniente da Pescatti Indústria de Pescados, localizada na Praça Alcides Lins, ao lado do Portal Grande Sertão, e que produz filé de tilápia, além de ração.
Os dois prédios de produção
Após mais uma ocorrência de odor na tarde desta terça-feira, o Cordis Notícias esteve no local, junto ao vereador Paulo Eduardo e a Secretária de Meio Ambiente, Rachel Barboza. Fomos recebidos pelo supervisor geral Milton, que apresentou todo o processo produtivo.
Linha de produção
Barreira Sanitária
Os pescados chegam de Morada Nova, através de caminhões frigoríficos, e sem qualquer contato humano, passam para a linha de produção, onde os trabalhadores realizam os cortes para serem feitos os filés. O controle do local é bastante rígida, tendo os colaboradores que passarem por uma barreira sanitária, onde é efetuada a esterilização de mãos e pés. Um fato bastante interessante é que a cada 2 horas as facas utilizadas são substituídas por outras esterilizadas.
Tubulação por onde passam os restos de peixe
Máquina para a produção de ração
Sacos de ração armazenados
O que sobra do peixe, em sua maior parte ossos, são transportados para a outra parte da fábrica, através de um tubo à vácuo, onde estes restos são cozidos e triturados, formando assim a ração. Ela é alocada em sacos, que são armazenados em um galpão ao lado.
Chaminé por onde sai a fumaça com o odor
O forte odor sentido pela cidade acontece neste processo. Embora esteja instalado com todas as normas ambientais, alguns restos de peixe ficam neste tubo, começando um processo de apodrecimento, devido ao tubo passar em ambiente externo. Ao ser ligada a caldeira, no início de expediente para a produção da ração, este odor é exalado pela fumaça da chaminé, que mesmo com um filtro anti-odor instalado, deixa passar parte deste cheiro.
Caldeira
A administração da Pescatti já identificou o problema. A empresa informou que vem buscando mitigar qualquer situação que esteja fora dos padrões. Disse ainda atender aos mais altos padrões sanitários, com profissionais experientes e especializados.
Outra solução encontrada e que será feita nos próximos meses é a criação de um novo sistema de dispersão. A chaminé atual seria isolada, sendo construída uma tubulação, passando pelo filtro e levando a fumaça deste odor, para junto da fumaça da caldeira, que é proveniente de eucalipto, provocando assim a quebra de moléculas, dispersando o forte cheiro.
Para a produção atual são utilizados 2.500 litros de água, que são reaproveitados, após passar por um processo de purificação e tratamento.
Parte da ETE, ao fundo o restante da estação
O local também possui uma ETE - Estação de Tratamento de Esgoto própria, com monitoração diária.
A empresa conta atualmente com 40 colaboradores, processando 50 toneladas de pescado por mês. A expectativa é que daqui a 2 anos, o número de colaboradores seja de 140 pessoas e uma quantidade de 400 toneladas mensais de produção.
A Pescatti é o maior frigorífico de pescados de Minas Gerais, e destacou ser uma empresa sustentável, apoiando o desenvolvimento de Cordisburgo.
Por Lucas Gustavo
Parabéns pela reportagem exclarecedora Lucas
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