A ideia Catapoesia surge em 2008, quando necessitávamos de um suporte para as produções textuais dos jovens frequentadores das oficinas na Biblioteca Comunitária Trilhas da Palavra, em Serra Negra, São Paulo. Usávamos papel-cartão nas capas...
Em fins de 2009, conhecemos a literatura cartonera, numa oficina com o Coletivo Dulcineia Catadora, em São Paulo. Assim pudemos sistematizar nossa metodologia firmando como suporte o papelão. Nessa época, passamos a atuar também no estado de Minas Gerais.
Catapoesia é um projeto social desenvolvido como atividade dessa Biblioteca Comunitária, tendo a ONG Trilhas da Serra – Educação, Cultura e Cidadania como provedora. Ele fomenta as atividades de escrita, enquanto o Leitura Viva fomenta as atividades de leitura e ambos se complementam.
Em 2013, é certificado pela Fundação Banco do Brasil como Tecnologia Social por se adequar aos princípios básicos exigidos: protagonismo social, respeito cultural, cuidado ambiental e solidariedade econômica. Ser titulado significa que nossa ação operar transformações nos ambientes em que atuou e atua e que foram diagnosticados resultados sejam eles quantitativos ou qualitativos e com potencial de disseminação para outros territórios e por outras entidades, como vem acontecendo desde 2008 quando de seu início.
Em sua metodologia, os atores protagonistas são denominados Coletivos Jovens que decidem colaborativamente quem será o autor (a) do livro e, a partir daí, partem para colocar em prática todo o processo: coleta de história em entrevista – transformação em texto – digitação e formatação – impressão – cartonagem do livro – divulgação – lançamento.
Catapoesia contribui para o fortalecimento das manifestações culturais expressas nas ações do povo em suas formas de criar, fazer e viver, colocando em destaque suas crenças, visões de mundo, seus saberes e fazeres que são um processo dinâmico de transmissão, de geração em geração, de práticas, sentidos e valores que se criam e recriam (ou são criados e recriados) no presente, na busca de soluções para os pequenos e grandes problemas que cada sociedade ou indivíduo enfrentam ao longo da existência.
Nossa Tecnologia Social dá voz a quem jamais teria oportunidade no mercado editoral convencional, fortalecendo a sua noção de pertencimento à comunidade e contribuindo para a ampliação do exercício de sua cidadania e a sua consequente melhoria na qualidade de vida.
Nós catamos histórias, papel, papelão
e transformamos tudo, em colaboração.
E você, já catou poesia?
Experimente no seu dia-a-dia.
Manifestamo-nos com essa quadra que concentra numa palavra a nossa ação: TRANSFORMAÇÃO. Transformamos o lixo em livro; a palavra oral em escrita; o cidadão/cidadã comum em autor/autora; os jovens em protagonistas; a memória do passado em memória do presente.
Somos Ponto de Memória. Politizamos. Não caminhamos só: cantamos em aboio.
Em Cordisburgo ele se inicia em 2011, com o lançamento do primeiro livro,'In-Verso',da Thalita que pertencia ao Coletivo Loucos por Memória,grupo que se uniu para por em prática a metodologia do projeto. Na sequência vieram 'Bordando Letras',de dona Lica, 'Tocos do Cerrado' de seu Toco Pequi, 'De Repentes',de Manoel do Norte, Folia, Mangabeira, Aboio, Veredinhas do Sertão,todos pesquisas realizadas pelo Coletivo Jovem.
O Catapoesia desde então participa das Semanas Rosianas divulgando os livros rm lançamentos dentro da programação do Museu Casa Guimarães Rosa.
COMENTÁRIOS