
Aprender a plantar as hortaliças que serão servidas nas refeições da
Comunidade de Apoio e Recuperação de Vidas (CARV), localizada na zona
rural de Cordisburgo, despertou no interno Jhonata Cosme Pereira, de 26
anos, a vontade de se tornar um multiplicador de conhecimento. “Nunca
havia plantado nada e fiquei muito surpreso e feliz com o que aprendi.
Não acho justo guardar para mim, quero me especializar mais na área de
olericultura para quando eu voltar para Felixlândia ensinar a outras
pessoas”, planeja.
Com previsão de terminar o tratamento em agosto, o interno já sabe que
quando for fazer a horta em sua casa vai precisar ficar atento à
profundidade das covas. “Para as variedades folhosas, como alface e
couve, as covas devem ter 30 cm de profundidade para assegurar o
desenvolvimento da planta”, ensina. Ele faz parte do grupo de 11 pessoas
que participaram do curso Horta Caseira, promovido pelo Senar Minas em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Cordisburgo.
Ministrado pelo engenheiro agrônomo Almir Claret, o objetivo da
capacitação é ensinar às pessoas técnicas para que possam produzir
alimentos para consumo. O conteúdo aborda desde a escolha do local para
implantação da horta até a colheita. “Sempre de forma muito prática,
ensinamos como preparar as mudas, os canteiros, fazer o cultivo, noções
de adubação e utilização de matéria orgânica para este fim”, detalha o
instrutor.
Foram escolhidas para o plantio as hortaliças que normalmente são
utilizadas no cardápio oferecido aos internos do centro de reabilitação
para dependentes de álcool e drogas. Entre elas alface, couve,
beterraba, cenoura, repolho e pimentão. Claret explica que cada
variedade tem as suas particularidades. “No caso da alface, o ideal é
produzir as mudas em bandejas e posteriormente plantá-las no canteiro.
Já para a cenoura, que tem uma semente muito pequena, é importante se
fazer o desbaste, ou seja, retirar o excesso de plantas para que a
hortaliça não cresça de forma amontoada”, exemplifica. Para a manutenção
da horta, o agrônomo recomenda cuidados diários, como irrigação,
retirada de mato e atenção às pragas e doenças.
Na avaliação do presidente da CARV, Maicon Guedes Martins, o treinamento
trouxe três importantes ganhos ao grupo. “Além da importância social
que o curso teve para essas pessoas que precisam reconquistar a
confiança da sociedade, vamos consumir alimentos orgânicos e ainda
economizar, já que comprávamos as hortaliças.” Satisfeito com a
metodologia da capacitação, o gestor espera proporcionar aos internos a
oportunidade de participarem de outros cursos oferecidos pelo Senar Minas. “O que nos foi ensinado não apenas atendeu como superou nossas expectativas. Estou muito feliz com os resultados.”
Fonte: Sistema Faemg - Mônica Salomão
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