O colecionador Antônio Carlos Figueiredo abre o Museu do Cotidiano,
em área de mais de 600 metros quadrados, na rua Bernardo Guimarães,
esquina de avenida João Pinheiro, em pleno Circuito Liberdade.
Abarrotado de milhares de itens, esse espaço leva o visitante às mais
variadas dimensões da vida urbana. Reúne objetos que testemunham tanto a
evolução tecnológica quanto o desenvolvimento sociocultural, como as
séries de aparelhos e máquinas curiosos e surpreendentes.
“Onde a intuição manda eu desço do ônibus e faço o garimpo. Pode ser
no açougue, na feira ou no bar. São os objetos do nosso dia a dia que me
energizam e move. A minha luta é contra a obsolescência”. Assim Antônio
Carlos Figueiredo conta como é sua saga em busca ao inusitado das
coisas que permeiam a nossa rotina e hoje, reunidas no Museu do
Cotidiano, atraem para Minas Gerais até mesmo gravações com repercussão
em nível nacional como este clipe.
Vários itens deste acervo são de Cordisburgo, onde Antônio Carlos realizou um intenso trabalho de pesquisa e "garimpou" vários objetos para sua coleção.
Placas com dizeres inesperados como “Sapataria. Aqui não fazemo
sapato só consertamo. As veiz faz” estão entre as mais de 100 mil peças
do museu. Uma balança de ovos, chuveiro a álcool, um celular de 1991,
uma fábrica de hóstias, uma máquina de escrever que tem margaridas como
tipos e uma lista de coisas que teriam como destino certo o descarte
compõem o acervo do Museu, aberto para visitação mediada e agendada
desde janeiro deste ano.
Ao visitar o Museu do Cotidiano, o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo,
disse que “Antônio Carlos Figueiredo estabeleceu uma coleção inusitada,
que brota do cotidiano de ontem ou do amanhã, ao buscar todo tipo de
objeto que referencie a vida que passa. Com isso, criou um formidável
acervo histórico, repleto de narrativas, no qual os espectadores
encontrarão ou formarão as mais diversas perspectivas de compreensão do
cotidiano”.
Segundo o secretário, trata-se de “uma iniciativa merecedora do mais
amplo apoio, tanto público quanto privado, porque enriquece, de modo
único, o patrimônio cultural de Minas Gerais e do Brasil”. O
colecionador continua, diariamente, a recolher objetos, dispondo de
numerosos depósitos para a permanente ampliação do acervo.
Figueiredo conta que ter o reconhecimento do secretário Angelo
Oswaldo, um especialista nas artes museais que já foi presidente do
Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, legitima o equipamento.
“Tenho muito orgulho deste trabalho e, com o prestígio e
reconhecimento que tenho recebido de universidades e nomes como o
secretário, a cada minuto fico mais convicto da alta capacidade cultural
deste equipamento repleto de peças que podem ser sim musealmente
tratadas”, afirma Antônio Carlos.
O potencial do acervo ultrapassa as extensões do galpão no centro da
capital mineira. Peças do Museu do Cotidiano fazem parte da exposição
"Processaber" aberta para visitação até 25 de setembro no Espaço do
Conhecimento UFMG.
O material integrou a última mostra do Centro de Arte Popular – Cemig
“Brasilidade – Cultura Popular / Memória Nacional” e já esteve exposto
também no Café com Letras do Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB na
mostra “Implacáveis”.
No momento, as visitas podem ser agendadas pelo e-mail:
museudocotidiano@hotmail.com. O objetivo é franquear ao público a
visitação ao espaço da rua Bernardo Guimarães, até que o conjunto de
acervos possa ser instalado em local que permita a plena consecução de
um projeto museológico e expográfico de grande porte.
De Agência Minas
Com Adriano Bossi
Com Adriano Bossi
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