A pequena cidade de Morro da Garça, através de um trabalho realizado com estudantes de Turismo da UFMG e o Circuito Guimarães Rosa, disponibilizou na cidade pequenos roteiros que levam o turista a aconhecer detalhes de sua região, em passeios super agradáveis, que podem ser feitos a pé, de bicicleta ou até mesmo a cavalo.
BikeTour
Roteiro Morrão
Roteiro obrigatório para os turistas que chegam a Morro da Garça a já tradicional subida ao morrão revela boas surpresas. O recomendado por todos quando se fala em subir o morrão é apreciar o nascer do sol no seu mirante. Todo o esforço da subida é recompensado com um belo espetáculo, a visão em 360º garante um belo panorama do cerrado. E a visão permite perceber bem os vários aspectos presentes no sertão, desde o cerrado que ainda sobrevive, como as vastas pastagens e imensas áreas de monocultura de eucalipto. Do morrão é possível ver boa parte de um sertão sempre em movimento, em transformação, onde os diversos usos da terra entram em conflito e se convergem formando um mosaico de paisagens, símbolos e signos. Ainda é possível ver a sombra do morrão formando uma pirâmide, fazendo jus a referência dada por Guimarães Rosa.
O Roteiro se inicia na Casa da Cultura do Sertão e pode ser feito de carro até o inicio da subida do morrão, onde há uma porteira e se inicia a caminhada, podendo ser feito também a pé ou de bicicleta desde o inicio. São 7.380 metros, onde 5.000 metros são por estradas de terra em boas condições de tráfego e 2.380 são de caminhada até o topo do morrão. A subida é feita pelo lado oeste do morro.
Saindo da cidade a partir da Casa da Cultura do Sertão, sentido ao morrão, são 2.500 metros até um entroncamento, seguindo a estrada à esquerda, sempre na direção do morrão.
Depois são mais 2.500 metros até a porteira onde se inicia a subida, a partir daí deve-se seguir a pé, de bicicleta ou a cavalo por cerca de 2.380 metros. Dentre as curiosidades sobre a subida, Leite (1987) ao subir o morrão a cavalo, teve a paciência de contar as passadas do cavalo e destaca “[...] dera nosso cavalo nada menos de 3.000 passos.” metros de altitude no topo do morrão. A subida é feita em cerca de 1 hora e tem nível de dificuldade médio.
Roteiro: Jorge/Ufmg
Roteiro Caminho da Cachaça da Garça
Atenção: Roteiro requer autorização prévia do proprietário.
Este roteiro, ideal para caminhada, tem um percurso circular de 4,140 metros, com duração aproximada de 1 hora e 30 minutos, saindo da Casa da Cultura do Sertão. O trajeto passa por uma fazenda onde é feita a produção de cachaça. É um trajeto com grau de dificuldade fácil com pouca inclinação.
Os primeiros 650 metros do trajeto são feitos na área urbana da cidade, por rua com calçamento de paralelepípedo. A partir do daí pega-se uma estrada de terra a esquerda passando por um mata-burro. São 850 metros de estrada de terra até a sede da fazenda e a usina onde é produzida a cachaça. No local é possível acompanhar parte do processo de produção da cachaça e seu armazenamento. Durante esse trajeto a vegetação é marcada pelo campo cerrado e por pastagens.
A partir da fazenda o caminho torna-se uma trilha passando pela plantação de cana-de-açúcar. São 1.270 metros até em uma estrada. A partir daí seguindo a direita na estrada de terra são 730 metros até o entroncamento com uma estrada de terra mais larga, que dá acesso à sede do município, sendo percorrido na estrada 640 metros, chegando a Casa da Cultura do Sertão, finalizando o roteiro.
Roteiro/JorgeUfmg
Roteiro Arrepiados
Um passeio pelas estradas nos revela um pouco sobre a história dos antigos habitante daquele território. A poucos quilômetros da sede do município foram encontrados machados de pedra, cachimbos de barro entre outros artefatos que podem ser vistos no Museu Particular da Família Boaventura. Esses objetos pertenceram os índios da tribo dos Coroados que ficaram conhecidos como “Arripiados”, forma que os portugueses os chamavam devido ao tipo de cabelo levantado que usavam (Leite, 1987).
Na região em que viviam os “Arripiados” hoje está o povoado de Vista Alegre, que até pouco tempo preservava o nome em homenagem aos antepassados. O vilarejo possui uma igreja e algumas casas e fazendas no seu entorno. O roteiro proposto tem como objetivo aproximar o viajante de um sertão ainda preservado pelos seus moradores, suas histórias, modos de vida, como eles transformam o sertão “bravio” em “alegrias”. No povoado há uma tradicional Folia de Reis que colore com muita fé e alegria a paisagem sertaneja.
O roteiro, um pouco mais longo, com 12km, pode ser feito a pé, a cavalo ou de bicicleta. Em formato circular, é possível apreciar a paisagem do cerrado com o morrão visível durante todo o percurso. Feito por estradas de terra em boas condições tem um pequeno trecho (cerca de 800 metros) passando por estrada asfaltada sem acostamento que requer um maior cuidado devido a alta velocidade dos carros.
Jorge/UFMG
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