Pequi, óleo de macaúba, castanha de baru, geleias, licores e polpa de
frutas. Esses são alguns alimentos do Cerrado mineiro que consumidores
paulistanos poderão saborear. Este ano, um grupo de produtores mineiros
passou a comercializar seus produtos no Mercado Municipal de Pinheiros,
na cidade de São Paulo. Um dos fatores que contribuíram para essa
conquista é o trabalho em cooperativismo, que conta com a orientação
técnica da Emater-MG.
A formação de cooperativas entre os produtores é uma das práticas que
a Emater-MG estimula para o fortalecimento da agricultura familiar. No
Cerrado mineiro a empresa trabalha com sete cooperativas: Cooperativa
Grande Sertão, em Montes Claros; Cooperriachão, em Mirabela; Cooperjap,
em Japonvar; Sertão Veredas, em Chapada Gaúcha; Astur, em Turmalina;
Central Veredas e Copabase, em Arinos.
As vendas em São Paulo se tornaram possíveis por meio de um contrato
entre a Cooperativa Central do Cerrado e o instituto ATÁ. As
cooperativas repassam seus produtos para a Cooperativa Central, que por
sua vez envia-os para o instituto, que mantém um espaço para vendas no
mercado municipal.
“A nossa estratégia é que esse espaço seja uma vitrine para que
possamos vender nossos produtos em São Paulo. Nós estamos levando para o
mercado produtos que são novidades para os consumidores. Isso atrai o
público”, diz o secretário-executivo da Cooperativa Central do Cerrado,
Luís Carrazza.
A Cooperativa Central do Cerrado é uma central de cooperativas que
promove e comercializa produtos de cerca de 50 organizações em dez
estados. Ela funciona como uma ponte entre produtores e consumidores,
divulgando e inserindo os produtos nos mercados local e regional. Já o
instituto ATÁ busca valorizar e fortalecer a diversidade de territórios e
saberes, o ato de se alimentar como fator integrante da cultura, as
melhores práticas de sustentabilidade na produção e no consumo.
Também visa a qualidade e identidade das cozinhas do Brasil no mundo,
a segurança alimentar e nutricional, a tecnologia e inovação na
produção, transformação e distribuição do alimento e a valorização de
negócios de base familiar e comunitária.
Cooperativismo
“O cooperativismo é um instrumento importante de organização
socioprodutiva e de gestão estratégica para os empreendimentos da
agricultura familiar, estabelecendo uma relação mais vantajosa e
favorável ao agricultor na relação com o mercado. Permite maior
competitividade da agricultura familiar dentro das cadeias de valor
convencionais e da biodiversidade brasileira”, diz Breno Gonçalves dos
Santos, coordenador técnico de Comercialização da Emater-MG.
No trabalho de orientação técnica da Emater-MG com as cooperativas
são abordados diversos temas. Entre eles estão o incentivo e
fortalecimento da organização social, acesso aos mercados, gestão
estratégica e análise de viabilidade técnica e econômica,
desenvolvimento de ferramentas e metodologias de gestão.
Com o trabalho em cooperativismo, os produtores ganham mais
representatividade e força no mercado. É o que diz a gestora da
Cooperativa Agroextrativista em base de Agricultura Familiar Sustentável
e Economia Solidária (Copabase), Dionete Figueiredo Barboza. “É uma
forma dos produtores se unirem e agregar valor aos seus produtos.
Individualmente isso seria inviável”, ressalta. A Copabase tem 240
cooperados e produz polpas de frutas, mel, açúcar mascavo e castanha de
baru.
Fonte: Agência Minas
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